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Prelo apresenta os recursos e reflexões para que escritores possam construir uma disciplina autoral, escrever o seu livro e publicar da melhor maneira possível. Se você nutre o desejo de escrever uma obra de ficção ou não-ficção: um romance, um livro de contos, uma peça de jornalismo literário, um ensaio, uma saga distópica, a narrativa de uma viagem, uma obra infantojuvenil ou um projeto autoficcional – ou se já publicou uma obra e gostaria de sanar as lacunas de sua formação –, você está no lugar certo. Prelo é um podcast quinzenal com o escritor e professor de criação literária Tiago Novaes, autor de uma variedade de livros, finalista dos maiores prêmios literários e vencedor de uma série de bolsas de criação. Combinando entrevistas com grandes escritores, editores e críticos, reflexões pessoais, leituras e experiências concretas na literatura, Prelo oferece os caminhos para que você possa vencer as bolhas do mercado editorial, compreender os segredos da Escrita Criativa e construir o seu projeto ficcional – da ideia original à publicação, da inspiração ao cotidiano de um escritor em tempo integral. Clique agora no botão de inscrição e assuma o seu desejo de tornar-se uma escritora ou escritor.

Location:

Brazil

Description:

Prelo apresenta os recursos e reflexões para que escritores possam construir uma disciplina autoral, escrever o seu livro e publicar da melhor maneira possível. Se você nutre o desejo de escrever uma obra de ficção ou não-ficção: um romance, um livro de contos, uma peça de jornalismo literário, um ensaio, uma saga distópica, a narrativa de uma viagem, uma obra infantojuvenil ou um projeto autoficcional – ou se já publicou uma obra e gostaria de sanar as lacunas de sua formação –, você está no lugar certo. Prelo é um podcast quinzenal com o escritor e professor de criação literária Tiago Novaes, autor de uma variedade de livros, finalista dos maiores prêmios literários e vencedor de uma série de bolsas de criação. Combinando entrevistas com grandes escritores, editores e críticos, reflexões pessoais, leituras e experiências concretas na literatura, Prelo oferece os caminhos para que você possa vencer as bolhas do mercado editorial, compreender os segredos da Escrita Criativa e construir o seu projeto ficcional – da ideia original à publicação, da inspiração ao cotidiano de um escritor em tempo integral. Clique agora no botão de inscrição e assuma o seu desejo de tornar-se uma escritora ou escritor.

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Episodes
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Massa Crítica: A Escrita Inevitável

9/4/2025
#124 – Há um momento em que a escrita se torna inevitável. Em que o esforço para escrever se dissipa no hábito. Não é que o processo se torne automático. Enquanto gesto, ele será sempre ativo. Ele preservará sempre a sofisticação, o cuidado necessário para se desenvolver. Ele continuará dinâmico, animado por suas próprias metamorfoses. Mas algo se dá, e é quase como se o autor, a autora, fossem interlocutores da obra — não donos, mestres ou proprietários. Dirigimo-nos à nossa criação com uma pergunta, uma sentença. E a obra nos responde. Há um momento em que a escrita não se torna apenas possível. Ela se torna inevitável. No novo episódio do Prelo, refletimos sobre o instante em que a escrita abandona o estágio de mera possibilidade. Como reconhecer esse ponto de virada? E o que ele revela sobre o processo criativo?

Duração:00:28:50

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Realidade Psíquica: O Inconsciente Criador e as Viagens no Tempo do Escritor de Ficção Científica Philip K. Dick

8/14/2025
#123 – Você encontra nas redes sociais a referência a um livro do qual nunca ouviu falar. O título, Como construir um universo que não se desfaça dois dias depois, te deixa completamente encantado. De algum modo, ele conversa com aquilo que você tem estudado, pensado, elaborado dentro e fora de sua prosa. Dois dias depois da chegada do livro à sua casa, você tem um sonho. Nesse sonho, você está construindo uma montanha-russa, que é parte integrante de uma formação sua sobre escrita. Embora publicado na década de 1970, o livro fala com uma clareza assombrosa do mundo que você e eu estamos vivendo. O que é a realidade? O que é um ser humano autêntico? São as perguntas do autor, que escreveu também Ubik, Minority Report, O Homem do Castelo Alto, Androides Sonham com Ovelhas Elétricas? (que virou “Blade Runner” no cinema). Você lê o pequeno ensaio, o livrinho que cabe na palma da sua mão. Você o relê alguns dias depois. E à medida que o tempo passa, tudo o que está no livro começa a ganhar vida. No novo episódio de Prelo, converso sobre a realidade psíquica e ficcional, a lucrativa fábrica de realidades falsas do nosso tempo, e de como a ficção guarda segredos que fariam inveja a qualquer Tirésias de plantão.

Duração:00:32:28

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Acolher a Mudança

7/31/2025
#122 – Convenhamos. Mudar não é fácil. As dúvidas irão certamente nos tomar de assalto. Tem certeza? E se isso, e se aquilo? Medo de não dar certo. De não ser bom o suficiente. Medo de decepcionar a si mesmo. Consciência de um risco, das feridas narcísicas. De confirmar os piores temores. É muito mais fácil ficar parado. Na posição vantajosa em que tudo é possível, mas nada foi feito. No ponto zero, em que tudo é apenas virtual. Em que o devaneio toma o lugar da materialidade das coisas. Se você tem pensado em mudar de cidade ou de país; se quer mudar de carreira; passar a morar sozinha ou a uma vida a dois, deve estar lidando com os efeitos colaterais da mudança. E se essa transformação, esta mudança, envolve assumir para si a escrita de seu livro, o frio na barriga não é incomum. E apesar da hesitação, a mudança é a semente da maturidade, da realização. Acolher a mudança não significa necessariamente a submissão à lógica liberal de adaptabilidade irrestrita. Ela pode ser o modo de entender a idade em que estamos. A passagem do tempo, e a transformação das pessoas à nossa volta. Escrever um livro tem tudo a ver com isso. E por isso, dediquei um episódio a este tema: como acolher a mudança. Por estranho que pareça, a fluência de um texto depende desta elaboração. Desta bonita coragem. E hoje, quero fazer um convite: entre os dias 4 e 10 de agosto, vou dar uma formação imersiva online gratuita sobre nada menos que o romance, o gênero mais desafiador da prosa, e ao mesmo tempo o mais lido e vendido em todo o mundo. Quer escrever um romance? Você precisa participar! Clique no link para garantir a sua vaga: https://lnk.ink/oprimeirocapitulo25-podcast

Duração:00:39:20

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Habitar o Hábito: o método gradual e radical para fazer da escrita uma prática regular

7/17/2025
#121 – É possível escrever com regularidade e não perder a mão do desejo original da escrita? É possível transformar a escrita em um ofício, e inventar com a liberdade do tempo livre? Como fazer isso? Neste episódio, Tiago Novaes propõe uma reflexão sobre como transformar a escrita num hábito prazeroso, consciente e enraizado. A partir de experiências pessoais e conceitos da psicologia e da psicanálise, ele compartilha caminhos para construir um sistema criativo sustentável — sem culpa, sem metas inalcançáveis, mas com presença e profundidade. 🌱 Ideal para quem quer retomar (ou finalmente começar) o romance que vive dentro de si. 🎧 Dê o play e venha habitar o hábito. E hoje, quero fazer um convite: entre os dias 4 e 10 de agosto, vou dar uma formação imersiva online gratuita sobre nada menos que o romance, o gênero mais desafiador da prosa, e ao mesmo tempo o mais lido e vendido em todo o mundo. Quer escrever um romance? Você precisa participar! Clique no link para garantir a sua vaga: https://lnk.ink/oprimeirocapitulo25-podcast

Duração:00:51:34

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Começar a Escrever: Como (não) falar de si mesmo

6/26/2025
#120 – Recentemente, numa visita à biblioteca da minha nova cidade, topei com uma edição d'As aventuras de Tom Sawyer, um clássico de Mark Twain. Logo no prefácio, o autor esclarece: Tom Sawyer existiu. Mais que isso – foram muitos os colegas de infância que inspiraram a criação do personagem. O protagonista e suas peripécias são o resultado da combinação de lembranças pessoais e impressões dos amigos de escola. O pulo do gato: além de testemunho, o clássico é também invenção. O vivido, nas páginas de um livro, é uma argila que pode tomar outras formas. Ao falar de si mesmo, de si mesma, temos um problema. Somos nós mesmos o tempo todo. Seja escolhendo o próximo filme a assistir no serviço de streaming ou amarrando um cadarço, não conseguimos deixar-nos de lado. Sou eu ali, escrevendo, mesmo quando para me libertar de mim mesmo. Sou ali ao falar de um terceiro, projetando meus desejos e receios. E nesta insistência, posso despejar no papel a minha própria compulsão e banalidade. Byung Chul-Han diria que vivemos em um tempo de transparência e exposição. Como se o individualismo e o ensimesmamento, valores de uma sociedade de consumo, colocassem em risco a nossa própria materialidade. Para existir, precisamos mostrar que estamos vivos. "Compartilhar" impressões, opiniões, credenciais. Há quem diga que a autoficção, como novo gênero romanesco, surgiu nesse contexto. Em contrapartida, não há como refutar que a nossa voz e presença são o sal do nosso texto. Sem o autor, a obra empalidece, torna-se inexpressiva. Se você exagera no sal, a tal "voz narrativa" pode soar a um locutor esportivo, tentando colocar palavras na boca do texto. Sem ela, uma inteligência artificial qualquer poderia substituí-lo. No novo episódio do Prelo, falamos das armadilhas da autoficção. Mas também de como a escrita, como ato revolucionário, nos abre uma possibilidade fascinante – se os limites do nosso mundo são os limites da linguagem que temos à disposição, escrever é a melhor maneira de ampliar o horizonte e o entendimento. Produção e edição de áudio: Fábio Corrêa

Duração:00:28:37

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Imitação, Homenagem, Inspiração: brevíssimo anedotário de plágios – uma conversa com Juca Novaes

6/12/2025
#119 – Tem coisas de que sinto falta em morar em São Paulo. Uma delas é sem dúvida o encontro regular com um primo muito querido em um restaurante japonês, a poucos metros da estação Liberdade do metrô. Advogado, o Juca sempre chega de terno aos nossos almoços. Pedimos os dois o mesmo prato: o tradicional teishoku com missô, acepipes, anchova grelhada e arroz japonês. Além de advogado, o Juca é músico e escritor. Ilustrado, progressista, lúcido, meu primo é o único parente com quem tenho esses longos papos sobre tudo – das nossas apreensões sobre a política às aventuras do processo criativo. Já tem uns anos que meu primo falava deste livro que vinha escrevendo com um colega de profissão. O tema: plágios. O Juca é especialista internacionalmente renomado em direitos autorais, e sempre teve muitas histórias interessantes a contar sobre o tema. E curioso onívoro que sou, não me canso de continuar perguntando. Uma delas é a de um compositor famoso que despertou com uma canção linda na cabeça, uma sequência de notas simples, mas absolutamente cativantes. Aquilo soava tão bem que lhe deixara com uma pulga atrás da orelha: será que a ouvira em algum lugar? Para tirar a dúvida, resolveu mostrá-la a vários amigos. Mas ninguém reconheceu. Foi apenas mais tarde que o músico, Paul McCartney, escreveu a letra e deu a ela o nome de Yesterday. Os caminhos para a criação artística são enigmáticos. O que chamamos inspiração é uma fagulha que brota de qualquer parte, de um inescrutável sonho, um acontecimento que nos mobiliza ou do diálogo com a composição de outro artista. Em todos esses casos, há um risco, o plágio. É um fantasma que ronda todos criadores, inclusive os mais bem-sucedidos. O novo episódio de edição do Prelo traz uma conversa com o compositor, escritor e advogado Juca Novaes sobre o seu mais recente livro, Você diz que meu samba é plágio: histórias de plágio (ou não) na música popular brasileira (Edufba), em coautoria com Rodrigo Moraes. O papo cobriu muitos temas sobre o assunto, todos muito curiosos e elucidativos: ✅ Plágios conscientes & inconscientes: o que caracteriza o plágio e como se proteger dos plagiadores; ✅ A história de uma bestseller, autora de livros em saúde mental, apanhada em flagrante delito; ✅ Plágios clássicos na música e na literatura: Carolina Nabuco & Daphne du Maurier; Moacir Sclyar & Yann Martel; Jorge Ben & Rod Stewart. ✅ A ascenção de um plagiador serial: a Inteligência Artificial, as leis de proteção, e o insubstituível material humano nas artes. Espero que se divirta tanto quanto eu! Clique aqui para adquirir o livro Você diz que meu samba é plágio: histórias de plágio (ou não) na música popular brasileira (Edufba) Clique aqui para adquirir o romance do Juca Novaes, Meio Almodóvar, Meio Fellini (Contracorrente) Conheça mais o trabalho do Juca Novaes: https://www.instagram.com/jucanovaes/ https://www.facebook.com/JucaNovaesOficial/ https://open.spotify.com/intl-pt/artist/2pb7POxZardOYAkXBxVGRc Produção e edição de áudio: Fábio Corrêa

Duração:01:12:00

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Terapia do livro: como a leitura pode transformar o mundo e a si mesmo

5/29/2025
#118 – Não: a leitura não pode ser mais vista como um hábito elitista. Houve um tempo em que a interpretação de texto, da mensagem, do diálogo, era uma arte tão consumada e habitual que sequer possuía nome. As convulsões da democracia hoje comprovam que saber ler – um livro, o mundo –, não é capricho, mas necessidade. Não há sociedade nem autonomia sem a leitura. Mas além disso, a ciência comprova o que leitores já intuem há séculos: os livros são um bálsamo. O hábito de mergulhar em uma ficção gera benefícios para a nossa saúde mental e física, combate a depressão, nos ajuda a elaborar nossas angústias e desenvolve nossa empatia. Amplia nosso repertório e expande nossa compreensão do mundo. Embalados pelo enredo, pela voz do texto ou pelas experiências de um personagem, partimos em uma viagem da qual dificilmente saímos intactos. Sentados no sofá ou num banco de praça, vivemos outros destinos. De golpe, estamos em Marte. Na Inglaterra vitoriana. Voamos, submergimos. Afeto e cognição se fazem um só e todo sentido. Nas últimas décadas, a sistematização da leitura para o bem-estar ganhou uma prática específica, chamada de biblioterapia. Neste episódio do Prelo, investigamos como a literatura é capaz de nos proporcionar modos mais saudáveis de existência. Isso, é claro, sem perder a sua função primordial, a de ser uma prática intrinsecamente inútil em seu sentido mais profundamente subversivo. Referências “The Novel Cure: An A-Z of Literary Remedies”, de Ella Berthoud e Susan Elderkin “When Literature Comes to Our Aid”, de Kelda Green Entrevistas sobre hábitos de leitura em 1976: https://www.instagram.com/reel/DGbQx-SxrAV/?igsh=NXFidGV6aWIwdmE2 A biblioteca de Michel de Montaigne: https://www.bvh.univ-tours.fr//MONLOE/3D/montaigne_01/librairie.html Produção e edição de áudio: Fábio Corrêa

Duração:00:40:49

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Clareza de Pensamento: boas (e pequenas) escolhas que transformam a escrita

5/15/2025
#117 – Embora nem sempre um ato de urgência, a escrita – ao menos para as pessoas entretidas no ofício – é uma prioridade. Escrevemos para saber onde estamos, e para onde vamos. Escrevemos para dar corpo ao nosso corpo. Para abrir os olhos. E para fechá-los. E para isso, será preciso conceber um lugar sereno a partir do qual nos assentamos. Um jardim, um pequeno templo. Um tatame. A terra úmida onde enterrar a semente. Um lugar predominantemente psíquico. O problema é que as condições para a criação quase nunca serão perfeitas. Você sabe disso. A figura do escritor monástico no alto de um penhasco, olhando tudo do alto com bravura, ousadia, solidão subjetivante, ferramentas à mão, é uma redonda miragem. Herança, talvez, de um narcisismo primário, de uma primeira infância na qual bastava sonhar e o sonho se realizava. Viver é escorregar. E equilibrar a saúde mental às escolhas inerentes à escrita – tema, estofos dos personagens, estilo e complexidade narrativa – tampouco são fáceis. O que nos falta, muitas vezes, é clareza de pensamento. Mas o que se sabe sobre isso? Como construi-la? Onde encontrá-la? Como identificá-la? Neste episódio do Prelo, converso sobre a importância das boas escolhas que nos permitem assenhorar-se, ainda que de modo provisório, das circunstâncias para que a viagem da criação artística seja concreta.

Duração:00:35:51

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Inspiração e Devaneio na Prática Regular da Escrita

4/17/2025
#116 – É um caminho comum. O desejo da escrita se torna projeto. Tornando-se projeto, vira tarefa. E como tarefa, aliena-se. É algo a mais a cumprir. Perde o sentido. Se o ofício requer prática, recorrência, assiduidade, torna-se fundamental aprender uma prática dentro da prática: aquela que impede a escrita de se converter em exercício: repetição mecânica, protocolar, que busque o caminho mais curto, o caminho do lugar comum, do discursivo, do mero pertencimento a um grupo, a um corpo de expectativas. Escrever pode ser prazeroso. O que nunca poderá se tornar é conveniente. Algumas condições subjetivas tornam a escrita possível. E mais que possível – fluida, feliz, estimulante. Deixar os pensamentos flutuarem, os olhos descansarem sobre as coisas. Deixar-se impregnar. Deixar-se levar pelos rios, afluentes, regatos associativos. Estancar em uma preocupação, em um constrangimento da infância. Descer por esta toca de coelho. Tatear às escuras. Neste novo episódio de Prelo, falo da inspiração e do devaneio na prática regular da Escrita. Se você quiser receber as minhas crônicas – reflexões sobre cultura, história viagem, cultura & gastronomia, experiências de caminhada e meditação, não deixe de se inscrever! Basta clicar aqui: https://escritacriativa.net.br/dez-anos-dez-dias

Duração:00:40:05

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No princípio era a estrada: as caminhadas de Artaud, os sentidos da peregrinação, a jornada como transformação pessoal

4/3/2025
#115 – Quando era muito jovem, Rimbaud escreveu: “Sou um pedestre, nada mais.” Caminhar é despedir-se. É acolher o novo que se torna antigo, e que parte. Toda vez é a última vez. Toda vez é a primeira vez. Nas palavras de Frédéric Gros, "quem caminha por geleiras sem nome, céus sem amanhã e pradarias sem história dispersa lascas cortantes de seu olhar, que se cravarão nas coisas. Se caminha, é para fazer uma incisão na opacidade do mundo. [...] O peregrino é uma metáfora da condição humana." Caminhar é fazer do dia uma obra de arte. E, como em certas culturas africanas, a obra de arte é uma espécie de segredo fugidio. Não é vista antes que o espectador esteja preparado para vê-la. É como aquele conselho que não significa nada até estarmos suficientemente maduros para escutá-lo. E aí ele significa tanta coisa! No novo episódio de Prelo, percorremos os passos de Artaud e de outros caminhantes. E compreendemos por que a caminhada é uma companhia para o pensamento e a literatura.

Duração:00:22:38

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Campo de Estrelas: talento e processo, as projeções na criação, a participação do inconsciente na escrita

3/13/2025
#114 – Quando era criança, era minha tia que contava as histórias. E foi o meu irmão, três anos e meio mais velho do que eu, que tinha originalmente o sonho de ser escritor. Ele preenchia seu caderno com ideias e títulos para histórias aventurescas, e criava fanzines, ilustrava essas histórias e partia para a aventura seguinte. Nada me fascinava mais do que isso. O ato de contar e de escutar histórias é sempre criativo. Olhamos para o céu, em torno da fogueira, e lá encontramos os nossos personagens, o nosso destino, a projeção dos nossos desejos. Neste episódio de Prelo, conversamos sobre a participação do inconsciente no processo. Da importância de sempre começar, de descobrir a inocência do movimento. E de como frequentemente superestimamos a ideia de talento nas artes.

Duração:00:23:50

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Voltar a escrever com as mãos: o resgate do caderno e da caneta

2/27/2025
#113 – Com tantas distrações e chamarizes, com tanto preparo que antecede a prática, o ato artístico, com tanto ruído e falsas necessidades, o caderno e a caneta podem ser os melhores amigos da escritora, do escritor. Certos livros pedem um retorno às origens, ao prazer primordial em deitar as palavras num caderno, ao tempo dos diários, ao tempo do livre devaneio. Certos livros pedem que você faça isso – lançar-se às palavras. Deixar a revisão excessiva para um segundo momento. Não voltar atrás. Neste episódio de Prelo, falamos da escrita orgânica e analógica do caderno & caneta. Apresentamos um cronograma, um procedimento e em que medida a sua prática pode se beneficiar com o manuscrito.

Duração:00:37:13

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Da escrita, um ofício: uma conversa com Juliana Feliz

2/13/2025
#112 – Uma das coisas mais bonitas de escrever é a oportunidade de fazer bons amigos. As amizades na vida adulta levam anos para se formar. A que tenho com a Juliana Feliz começou nas redes sociais. Ela acompanhava o canal e era bastante ativa por lá. Em 2021, inscreveu-se na formação para romancistas, ocasião em que conheci a sua produção literária, sua história como jornalista e o princípio de sua trilogia. Dois anos mais tarde, nos encontramos ao vivo na cidade do Porto, em Portugal, onde ela vive desde 2019 com toda a família – marido, filhas e os pais. Com o tempo, minha admiração por ela só cresceu. Naquela época, a Juliana dava aula de Escrita Criativa para adolescentes. Publicara As Cinzas de Altivez, um romance fantástico para o público jovem-adulto e que se tornara um bestseller na Amazon. O romance levou o The Wattys Awards em 2018, e foi indicado ao Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica. ​ Ano passado, acompanhei o lançamento de seu Peripécia Deck, um baralho narrativo projetado para ajudar escritores e roteiristas a estruturarem histórias de ficção, um ferramenta que também auxilia professores a desenvolverem atividades de Escrita Criativa, Língua Portuguesa, Literatura e Redação. Neste mês, a Juliana publica a terceira parte de sua trilogia fantástica. Achei que era hora de conversarmos. O novo episódio Prelo é esta conversa sobre um percurso notável e singular, e um vislumbre das possibilidades da escrita. Sobre Juliana Feliz: Natural de São Paulo (SP), 1977, Juliana Feliz começou sua jornada na escrita ainda na infância, e desde então, aventurou-se pela escrita jornalística, acadêmica e literária. Sempre cultivou o gosto pela leitura e por narrativas fantásticas, distópicas e de ficção científica. É bacharel em Comunicação Social – Jornalismo (UFMS), licenciada em Letras – Língua Portuguesa e Literaturas (Unesa), especialista em Imagem e Som (UFMS), mestre em Estudos de Linguagens – Linguística e Semiótica (UFMS), doutora em Ciências da Informação – Jornalismo e Estudos Mediáticos (Universidade Fernando Pessoa, Portugal) e Coaching Educacional (Universidade Europeia de Madrid, Espanha). Ao longo da carreira de 25 anos, atuou como jornalista, assessora de imprensa e professora universitária nos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda. O trabalho como escritora começou em 2015, quando lançou O sapateiro descalço, livro que conta a trajetória da família Altounian e a diáspora armênia. Em 2017, escreveu o livro histórico sobre os 40 anos da Famasul, Celeiro de Fartura. As cinzas de Altivez foi o primeiro do gênero ficção para o público jovem-adulto. O livro foi vencedor do The Wattys Awards – 2018 na categoria Heróis em Língua Portuguesa, premiação concedida anualmente pelo Wattpad (Canadá). No ano seguinte, foi indicado ao Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica – 2019 na categoria Narrativa Longa Literatura Juvenil. Em 2023, As cinzas de Altivez recebeu a Certificação Oficial de Bestseller Amazon. O livro que dá continuidade à saga, O enigma de Alvidrar, foi lançado em 2022. O último volume da trilogia, Nos portais do inverno, será lançado no início de 2025. Participou de duas antologias de contos, a primeira sobre folclore brasileiro, Quatro passarinhos me contaram (2023), e a segunda, sobre o universo místico das bruxas, Larva de Borboleta – A soma de todas as bruxas (2024). Juliana é a criadora do Peripécia Deck, o baralho narrativo pensado para ajudar escritores e roteiristas a estruturarem histórias de ficção. A ferramenta também auxilia professores a desenvolverem atividades de Escrita Criativa, Língua Portuguesa, Literatura e Redação. Atualmente, Juliana atua como professora, orientadora acadêmica e mentora de escrita de ficção e não-ficção. Também ministra oficinas de

Duração:01:15:09

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Imaginar: Sonhar o Livro, Testar Limites, Encontrar Energia, Negociar Desejos

1/30/2025
#111 – Nas aulas de psicanálise da faculdade de psicologia que cursei, havia uma máxima que os colegas costumavam achar muito misteriosa. Levava anos para que viéssemos de fato a compreendê-la. Era mais ou menos assim: para se relacionar com algo, o bebê precisa primeiro aluciná-lo. Sem linguagem, sem palavras, a realidade está mais para o informe que para a forma. A realidade seria uma torrente – ou várias – de estímulos sem origem, tempo ou lugar, se não chegássemos a construir a permanência das coisas dentro de nós. Há uma sabedoria do bebê de não presumir o que brota de dentro e o que chega de fora, do que faz parte de si, e do que não. As próprias fronteiras do eu são algo que foi criado, desenvolvido com o tempo. Se os filhos são nomeados, imaginados, desejados antes de nascer, não seria de se estranhar que os livros que escrevemos possam e devam passar pelo mesmo processo de simbolização. Para que o livro venha a existir, é preciso primeiro sonhá-lo – uma assertiva que borra os contornos da realidade, mas que não é menos verdadeira do que uma gestação. No novo episódio de Prelo, converso sobre a importância de inventar o livro antes que ele exista. Falaremos também sobre experimentar como modo de testar os limites da prosa, da ruptura da homeostase que toda mudança benéfica produz, e de como encontrar a energia e a disposição para as coisas mais importantes da vida. Neste episódio, faço referência ao livro Mastery, de George Leonard. Clique aqui para saber mais sobre o livro.

Duração:00:51:45

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Maestria: o caminho da orientação, da prática e da entrega à literatura

1/16/2025
#110 – Existe faixa preta em literatura? Quando alcançamos a maestria na escrita, e o que isso significa? Nesse episódio de Prelo, a escrita é vista como uma arte marcial. E como em toda prática, algumas chaves vão te orientar neste caminho. E hoje, quero fazer um convite: entre os dias 13 a 19 de janeiro, vou dar uma formação imersiva online gratuita sobre nada menos que o romance, o gênero mais desafiador da prosa, e ao mesmo tempo o mais lido e vendido em todo o mundo. Quer escrever um romance? Você precisa participar! Clique no link para garantir a sua vaga: https://bit.ly/oprimeirocapitulo2025-prelo

Duração:00:36:19

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Projeto: um romance em 2025

1/2/2025
#109 – Começamos o ano! Neste episódio, tenho um exercício para você. É a primeira aula para a escrita do seu romance em 2025. São 12 perguntas reflexivas que você deve se fazer para se preparar para escrever o seu melhor livro no ano que começa. É um tempo para sonhar. Se você escrevesse ou seu livro, o seu romance, nos próximos meses, como será que a vida seria para você? Como você imagina este cenário? Quão motivada, quão motivado você está para aprontar isso? O que isso faria para a sua vida? O que está no caminho? Qual é o obstáculo? E hoje, quero fazer um convite: entre os dias 13 a 19 de janeiro, vou dar uma formação imersiva online gratuita sobre nada menos que o romance, o gênero mais desafiador da prosa, e ao mesmo tempo o mais lido e vendido em todo o mundo. Quer escrever um romance? Você precisa participar! Clique no link para garantir a sua vaga: https://bit.ly/oprimeirocapitulo2025-prelo

Duração:00:31:27

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Amar o Processo: Como aprender a conviver com as coisas difíceis e crescer de verdade em qualquer coisa que você quiser

12/19/2024
#108 – Um artigo recente da revista “The Atlantic” joga luz sobre um dado alarmante: alunos de universidades de ponta não conseguem mais terminar um livro. Cinco anos atrás, um professor podia indicar cinco obras ou mais a seus alunos em um semestre. Hoje, eles não conseguem terminar um. No Brasil não é diferente. As telas estão comendo o nosso cérebro. Faculdades básicas de compreensão, riqueza de vocabulário e interpretação de texto estão sendo minados. Ironia, empatia, ambiguidade, tudo está indo pelo ralo. Mas há algo mais grave que subjaz a essa tendência. As pessoas querem aprender sem passar pela leitura de um livro porque se difunde em toda parte uma cultura da conveniência total. A promessa dos ganhos fáceis. A expectativa de uma vida feita apenas de euforia e clímax. Um tempo que valoriza a relação passiva com as coisas, onde tudo deveria estar pronto e à nossa disposição. É onde se encontram as criptomoedas, os sites de apostas, o frenesi especulativo dos mercados e a recusa ao envelhecimento. E é por isso, também, que estamos deprimidos, distraídos e ansiosos. As pessoas não suportam mais o processo. Não deveria nos espantar. Em nenhum lugar você vai encontrar repertórios simbólicos do prazer profundo, calmo e dilatado do aprendizado. As pessoas se condicionaram às recompensas como motivação única do esforço. Desde criança, estudamos para passar na prova. Passamos na prova para entrar na universidade. Nos graduamos para comprar um carro, uma casa. Conquistamos o mundo para sermos amados e invejados. Mas como é dominar a fundo uma habilidade? Na escrita, como em qualquer outro caminho de maestria, a curva do aprendizado não é uma curva ascendente e uniforme. Depois de um processo de aprendizado profundo, é comum que enfrentemos um platô, um momento de prática prolongada sem recompensas aparentes. É aí que reside o segredo do crescimento verdadeiro. Precisamos aprender a superar os platôs. E para superá-los, precisamos saber permanecer neles. Se você quer dominar algum ofício, saber mais sobre no que consiste uma curva real de aprendizado, escute o novo episódio do Prelo para continuar aprendendo

Duração:00:46:15

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Promessas de Ano Velho: O que fazemos com os nossos desejos?

12/3/2024
#107 – De novo nos encontramos a menos de um mês de mais um ano novo. Gosto dos meses de dezembro, daquela promessa de silêncio e maresia que prenuncia. Gosto de lembrar. De olhar para fotos, de acenar para aquela versão que entrava em 2024 quando o ano era novo. E janeiro chega para refazer o plano maior. É um teste olfativo, um check up literário. Uma nostalgia do futuro. Como estou escrevendo? O que pude fazer? Como as minhas leituras orientaram o meu caminho? Quais os contratempos, os sobressaltos? O que deu pra fazer? ​Em um post de janeiro​ no Instagram, publiquei como pretendia organizar a minha rotina. No novo episódio de Prelo, analiso aquela mensagem numa garrafa à luz do que de fato aconteceu. Acho isso muito importante. Não são só palavras. São os trilhos. O que me protege da deriva completa. Do capricho e da resistência. Referências: Lina Meruane, "Contra os Filhos". Ibsen, "Casa de Bonecas". Virginia Woolf, "Um teto todo seu". Charlotte Brönte, "Jane Eyre".

Duração:00:31:28

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Uma inteligência insuficiente

11/14/2024
#106 – Me chamou a atenção, desde que estudei para escrever o meu livro mais recente, Baleias no Deserto: o corpo, o clima, a cura pela terra, a discrepância enorme entre a sofisticação do nosso conhecimento filosófico, científico e social sobre a era de extinção em massa em que vivemos e o modo como um grande público, o eleitor e o político tratam desse assunto. Isso diz respeito a tudo, e é um grande desafio no ensino e na literatura. Me parece que estamos falando de espaços afetivos e discursivos completamente diferentes e que se comunicam muito pouco. Se o mundo fosse uma escola, é como se estivessem tocando fogo nas carteiras enquanto estamos discutindo a ordem dos parágrafos de um panfleto sobre a cultura de paz. Não estamos à altura desse desafio. Não estamos à altura do nosso tempo. Não é à toa que estejamos pensando tanto a ideia de inteligência. Vieses cognitivos, inteligência das espécies e inteligência artificial. Você já reparou como estamos falando em inteligência na última década? Ao que parece, estamos buscando fora a inteligência que supostamente falta à nossa espécie. O que está acontecendo que, na era da comunicação, nunca estivemos tão embotados e tão divididos?

Duração:00:33:51

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A crônica: por uma literatura sem posteridade

10/31/2024
#105 – Filha do deus Cronos, a crônica é a mais despojada das expressões literárias. É aquela que abriu mão da posteridade em nome da proximidade. Fiel ao tempo presente, a crônica pode ser considerada um tanto "zen-budista", mas de um budismo sem sabedoria, disposta a gastar saliva. Entre a ficção e a não-ficção, a prosa encontra na crônica um gênero privilegiado. Breve e ambulante, ela assume muitas formas, como a do ensaio ágil, o diálogo textual, a observação singular. Por vezes crítica, por outras, lírica; ora ideia, ora causo, este vislumbre de uma singularidade em movimento entranhado no tecido social será o objeto de reflexão e experimento dos nossos encontros. Clique aqui para participar do curso Introdução à Escrita Criativa – Contos & Crônicas

Duração:00:23:45